JaneiroEx-ministro do STF joga a real: 8 de janeiro não foi ataque à Democracia

Nelson Jobim, ex-ministro do STF, desmistificou a versão de que o episódio de 8 de janeiro representou um ataque à democracia. Em entrevista à CNN Brasil, Jobim afirmou que o que aconteceu foi uma catarse coletiva de pessoas frustradas com a falta de intervenção militar após as eleições de 2022, e não um golpe.

 

Para Jobim, o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes tem se alongado e expandido sem uma conclusão clara. Ele observou que o inquérito, originalmente criado para investigar ataques ao STF, acabou englobando situações como os atos de vandalismo de janeiro, mas questiona se todos os casos deveriam ser julgados pelo Supremo.

 

O ex-ministro também criticou a polarização política que tem alimentado as tensões no país. Segundo ele, tanto Bolsonaro quanto Lula têm contribuído para essa radicalização, com acusações mútuas que apenas exacerbam o clima de confronto. Ele defende que o STF deveria evitar se envolver em disputas políticas.

 

Jobim destacou ainda que a aplicação das leis precisa ser mais cuidadosa para evitar injustiças. Ele relatou ter analisado casos em que penas severas foram aplicadas de forma genérica, sem considerar as circunstâncias individuais. Para ele, é preocupante ver pessoas condenadas a longas penas em situações que deveriam ser tratadas com mais ponderação.

 

Ele reforçou que, na sua visão, o episódio de 8 de janeiro foi uma reação de frustração, não um ato terrorista ou um atentado à democracia. Ele lembra que atos similares já ocorreram no passado sem que fossem rotulados como ataques ao Estado de Direito, sugerindo que a narrativa atual pode estar sendo inflada por interesses políticos.

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