Base lulista incorre em crime de homofobia na CCJ
Em conversas entre deputados próximos ao presidente da Câmara Federal Arthur Lira, a polêmica hoje na comissão de constituição e justiça da casa ultrapassou a normalidade, segundo o presidente que se irritou com o tratamento dispensado a um deputado federal, quando o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi fazer suas perguntas ao sabatinado, Ministro da Justiça Flávio Dino.
Além de ser interrompido constantemente falas homofóbicas foram proferidas e o deputado que não é Gay mas tem sido atacado pela esquerda foi chamado de “chupetinha”, um apelido com teor sexual e o próprio presidente da comissão o desrespeitou, veja no vídeo. O deputado confessou que Arthur Lira pode destituir o deputado Rui Falcão mas pedirá ao PT que indique alguém da base para substituí-lo, provavelmente alguém do próprio PT.
O deputado Rui Falcão (PT-SP; foto), por outro lado, negou ter sido o autor de fala homofóbica direcionada ao colega Nikolas Ferreira (PL_MG). O deputado mineiro foi chamado de “chupetinha” durante reunião da CCJ da Câmara com o ministro de Justiça, Flávio Dino, nesta terça-feira (28). Falcão foi acusado, pois a fala se deu logo após ele passar a palavra a Nikolas.“Deputado informa que ao passar a palavra ao parlamentar, desligou o seu microfone”, disse o gabinete do petista em nota. “Falcão afirma que não conseguiu ver quem foi o autor [do ataque]”, acrescentou.
A base do governo ficou nervosa pela pergunta de Nikolas. Dino tinha ido na área que é a central da facção criminosa Comando Vermelho(CV) no Rio de janeiro com dois carros sem ser blindados e com apenas quatro seguranças, sem armas à mostra. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou o ministro da Justiça, Flávio Dino, a respeito da visita feita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
– Quem foi que negociou com o tráfico a sua ida à Maré, ministro Dino? – Nikolas questionou em vídeo nas redes sociais.
Nikolas disse ainda que o ministro “fugiu e não respondeu”. – Fugiu e não respondeu – publicou o deputado, no Twitter.
A homofobia se encaminhou via a base lulista. Depois de quase quatro horas de interrogatório, chegou a vez de o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fazer algumas perguntas a Dino. No momento em que o parlamentar começou a falar, diversos deputados iniciaram uma enxurrada de ofensas contra o político mineiro.
Ferreira pedia respeito ao ministro — que respondeu a muitos parlamentares em tom de deboche —, quando um deputado disse: “Aqui tem chupeta”. “Olha a peruca [em referência ao discurso que Ferreira fez no dia da mulher]”, exclamou outro.
“Deixa a Nicole falar”, continuou um terceiro legislador. O deputado federal André Janones (Avante-MG) também ofendeu Ferreira, mas, devido à confusão que se instaurou no plenário, não foi possível saber o que exatamente ele disse. Até chegar a fala sobre “deixa o Chupetinha falar”. Para uma frente progressista o fato mostra um crime ao vivo, mas para deputados a proteção corre solta.
Por Tulio Ribeiro