Ministro Dino precisa ser afastado: PCC franquia tráfico e CV adentra o Estado
O crime organizado avança no governo Lula da Silva. Não é apenas por o PCC lotear ruas e vender ‘franquias’ de tráfico de drogas em SP. Inclusive investigações apontam que pontos são negociados por até R$ 3 milhões e que o monopólio da facção acabou com pequenos traficantes. Quando Lula ganhou, a maior favela do Brasil, Rocinha-RJ, chefiada pelo CV, explodiu em felicidade e fogos. A insegurança é galopante em vários Estados do país, mas chama atenção a zona oeste da capital do Rio de Janeiro e o Estado da Bahia governado pelo PT.
Um novo fato mostra quanto as facções criminosas estão perto ou dentro do poder. O mesmo Flávio Dino que foi na favela da Maré sem qualquer segurança em 16 de março de 2023, agora permitiu a ‘chefe’ do CV ter audiência em seu ministério. Mesmo o Ministério da Justiça e Segurança Pública emitindo uma declaração em relação às duas reuniões que contaram com a participação de Luciene Barbosa, é um fato inadmissível e mostra uma promiscuidade com o crime. Luciene é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, considerado o traficante mais perigoso do Amazonas e líder do Comando Vermelho (CV) no estado.
Conhecida como a “Dama do Tráfico Amazonense”, Luciene foi condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Atualmente, ela responde em liberdade. Enquanto isso, seu marido, Tio Patinhas, cumpre uma sentença de 31 anos de prisão. Durante um período de três meses, Luciene Barbosa se encontrou com dois diretores e dois secretários do Ministério da Justiça. Em resposta, a assessoria do ministro Flávio Dino divulgou uma nota afirmando que Luciene fazia parte de uma comitiva de pessoas e esteve no prédio sem ser devidamente identificada. Abaixo, segue a nota oficial do Ministério da Justiça:
“No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas. A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.
O fato é que Luciene é casada com Tio Patinhas desde 2012. O traficante ficou conhecido pela violência e crueldade com rivais e devedores. Segundo o Ministério Público do Amazonas, Luciene atuava na parte financeira das atividades do marido.
Diante de tal escândalo, a oposição foi rápida, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para afastar o ministro da Justiça, Flávio Dino. O congressista pediu que o ministro seja investigado por crime de responsabilidade, prevaricação e “condescendência criminosa” pela reunião no Ministério da Justiça com a esposa de um dos líderes da facção conhecida como Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Luciane Barbosa Farias.
Como verbaliza Flávio Bolsonaro, o ministro da Justiça manteria uma “agenda paralela e oculta” para encontrar com “criminosos”, violando os princípios da publicidade e da transparência. “O Ministro de Justiça e Segurança Pública atua como elo, na intermediação entre os traficantes e criminosos e a pasta do Governo Lula”, diz a representação enviada para Elizeta Ramos, procuradora-geral da República interina. “Neste cenário, no qual o Ministério da Justiça oculta agendas, é bem possível que existam tratativas obscuras, privilegiando acordos ilegais e contrários ao interesse público.”
Este escândalo pode levar à renúncia de Flávio Dino da pasta, mas de certo golpeou sua ambição de chegar à Suprema Corte. Só Lula sabe quem será o próximo ministro do STF na vaga aberta com a aposentadoria de Rosa Weber. Essa constatação, no entanto, não impede que diferentes setores da base do governo atuem ferozmente para tentar influenciar o presidente em sua decisão.
Enfrentando forte artilharia de adversários dentro e fora do governo, o ministro perdeu capital político, apesar de ainda ser um importante auxiliar de Lula. “O ministro Dino era o favorito para a vaga, mas esse tempo passou”, diz um importante interlocutor do Planalto segundo a revista Veja. No Senado, o petista conquistou uma rejeição respeitável e até ameaçadora, em caso de indicação ao STF. Para o bem da República, Dino não deveria nem mais ser postulado para vaga. Enquanto a guerra ocorre no Brasil e dentro do Estado brasileiro, Lula escamoteia, falando de Israel, Gaza, Rússia e Ucrânia.
Por Tulio Ribeiro